Bem que o fofo do Mário Quintana falou – “um dia saberemos que ser classificado como “bonzinho” não é bom”. – e não é mesmo. Hoje eu entendo e aceito muito bem isso. Antes, na minha velha infância (hahaha), achava isso contraditório, estranho. “Oxi, porque não seria bom ser bom?”... Mas não é o bom e sim o “zinho”.
Ser bonzinho é uma merda. Merda maior ainda se junto com “bonzinho” você for “certinho”. Ai fodeu!
Todo mundo quer cuidar da vida do bonzinho. Todo mundo PENSA ter o direito de se meter e opinar na vida do bonzinho. Talvez porque em algum momento da vida o bonzinho foi bonzinho demais a ponto de ser idiota e deixou parecer (veja bem, parecer) que ele não ligava pra isso. Pode até ser que por um tempo não visse problema nenhum em ter um batalhão zelando por ele e dizendo como deveria agir. Mas, pasmem, até os bonzinhos tem limites.
Com o “certinho” talvez a coisa seja ainda mais punk. Quando é que o povo vai parar de achar que existem pessoas que são praticamente perfeitas? O certinho não faz coisas erradas (lógico, ele é certinho #der). É quase intocável. É exemplo. Ou seja, pressão, pressão e mais pressão.
Mas se fosse só isso, beleza! O problema é que bonzinhos e certinhos são comparados facilmente com FRAGILIDADE, e não é uma fragilidade qualquer não, é uma PUTA FRAGILIDADE. Eles acabam sendo tão frágeis que causam medo. Não o medo que uma imagem de criança vestida de branco parada em um corredor escuro causa. É outro medo. Aquele medo de magoar, de achar que o bonzinho /certinho não pode sofrer que ele não pode viver as coisas de uma forma normal. Que se for magoado a primeira saída vai ser o suicídio, pois ele não agüentaria a dor. Tadinhos são tão frágeis né!
Pelo amor de Deus, acordem! Não é porque alguém tem princípios diferentes da maioria, que TENTA fazer as coisas de forma correta, que ainda sonha com um casamento feliz e tem bom coração que ela seja frágil. Frágil é sinônimo de fraco, e para mim pessoas com essas características que acabei de citar estão muito longe de serem fracas. Elas são o antônimo de fragilidade. São errantes sim, normais sim e se você não tiver medo, elas podem te surpreender!
;-)